Estudos mostram que se a vacinação contra o HPV for bem sucedida, este tipo de tumor pode desaparecer em algumas décadas nos países desenvolvidos
A vacinação contra o HPV pode ser capaz de erradicar o câncer de colo do útero. É o que mostra um estudo financiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado recentemente na revista científica The Lancet. Dez anos após o início da vacinação como medida de saúde pública em países desenvolvidos, houve uma queda significativa no número de infecções por HPV e de lesões pré-cancerosas no colo do útero. Segundo os pesquisadores, isso indica que a eliminação do câncer cervical – definida como menos de 4 casos por 100.000 – pode ser possível se uma cobertura vacinal suficientemente alta puder ser atingida e mantida.
Os resultados mostraram que:
- Os casos de HPV 16 e 18 – responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero – diminuíram 83% em meninas com idade entre 15 e 19 anos e 66% em mulheres de 20 a 24 anos;
- As verrugas genitais caíram 67% em meninas de 15 a 19 anos e 54% em mulheres de 20 a 24 anos;
- Células pré-cancerosas caíram 51% em meninas de 15 a 19 anos e 31% em mulheres de 20 a 24 anos.
- Até pessoas que não se vacinaram foram beneficiadas: os casos de verrugas genitais em meninos de 15 a 19 anos caíram quase 50%. Também houve queda significativa desse problema em mulheres com mais de 30 anos.
Vale ressaltar que a queda foi maior em países em que um grupo maior de pessoas foi vacinado e onde a cobertura vacinal era mais alta.
Vacinação no Brasil
No Brasil, o imunizante está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014. Atualmente, a vacina contra o HPV é indicada para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14. Também fazem parte do público-alvo pessoas vivendo com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos com idade entre 9 e 26 anos. O esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.
A cobertura vacinal atual está bem abaixo dos 80% recomendados. Apenas 51,4% das meninas de 9 a 15 anos e 22,4% dos meninos de 11 a 14 anos completaram o esquema vacina com a segunda dose. O Ministério da Saúde reforça que a cobertura vacinal só está completa com as duas doses. Mais de 9,2 milhões de adolescentes ainda precisam ser vacinados com a 1º e a 2º dose em todo o país.
Fonte: Veja Saúde.