Infecção urinária aumenta com a chegada do verão

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Junto com os meses de temperaturas mais elevadas, ideais para maior frequência em praias e piscinas, também chegam as infecções urinárias com sintomas e desconfortos que atingem, principalmente, as mulheres. A uretra, mais curta do que a dos homens, facilita a entrada de bactérias no canal urinário, que alcançam a bexiga e encontram um ambiente úmido e aquecido, propício ao seu desenvolvimento.

De acordo com a médica da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Dra. Cristina Rocha, nos períodos mais quentes a principal causa das Infecções do Trato Urinário (ITU) é a desidratação, pois a perda de líquidos pelo suor e respiração não é reposta com a devida quantidade de água, o que gera menor quantidade de urina. “Isso implica em menor número de micções ao longo do dia, favorecendo uma maior permanência de bactérias, que chegam à bexiga através do canal urinário”.

Soma-se a isso, o fato de que o aumento da umidade em áreas íntimas durante o verão determina mudanças na população de bactérias e germes comuns dessa região, causando um desequilíbrio que propicia o desenvolvimento de infecções.

Os tipos de infecções urinárias são vários. As mais simples são as que se caracterizam por dor no baixo ventre, ardência ao urinar, maior frequência urinária e, algumas vezes, até urina com sangue, porque atingem apenas a uretra e a bexiga, quadro clínico denominado uretrite e cistite. “Se a infecção ascender aos rins, o quadro é mais grave, com dor nas costas, febre e calafrios que chamamos de pielonefrite aguda”, lembra Dra. Cristina.

Pessoas mais afetadas

Mulheres jovens: são as que mais apresentam infecção urinária, especialmente ao iniciarem sua vida sexual, uma vez que pequenos traumas e modificações da flora bacteriana na região íntima são fatores que favorecem a contaminação do aparelho urinário.

Mulheres na menopausa: as mudanças hormonais predispõem às infeções. Na menopausa, o revestimento interno urinário se torna mais frágil, com pouca defesa às agressões bacterianas que penetram o canal da uretra.

Mulheres grávidas: durante a gravidez, há variações hormonais fisiológicas e o crescimento uterino ao longo dos meses compromete o esvaziamento da bexiga, causando certo grau de “retenção urinária” que propicia o aparecimento de ITU.

Idosos: homens e mulheres costumam apresentar infecção urinária com pouco ou nenhum sintoma, causada pela incontinência (perda urinária involuntária), variações frequentes do ritmo intestinal (constipação/diarreias), doenças crônicas, como diabetes; e inflamações e crescimento da próstata nos homens.

Prevenção

Para prevenir, Dra. Cristina explica que é preciso tomar água suficiente para provocar de seis a oito micções, distribuídas uniformemente ao longo do dia. “Ao mesmo tempo temos de evitar a retenção da urina, que prejudica o adequado esvaziamento da bexiga”, afirma.

A médica dá algumas dicas:

  • Revisão de hábitos de higiene, utilizando apenas papel higiênico descartável, evitando uso de duchas e produtos específicos propagados como “mais seguros” a cada micção;
  • Utilização de água e sabonete após as evacuações, com cuidado no direcionamento do fluxo de água para o enxague;
  • Regularização do ritmo intestinal, pois longos períodos de constipação permitem a proliferação bacteriana pela presença de fezes ressecadas na ampola retal;
  • Revisão ginecológica anual, para mulheres e consulta urológica para os homens, especialmente quando apresentam quadros pouco comuns de ITU;
  • Cuidados de higiene antes e após as relações sexuais;
  • Uso de preservativos;
  • Dar preferência por roupas íntimas de algodão, evitando tecidos sintéticos e modelos “colados” ao corpo, especialmente nas regiões íntimas.

A especialista alerta para a importância da consulta médica assim que aparecerem alguns sinais, para a realização de exames. “As infecções urinárias, ainda que apresentem sintomas brandos, devem ser diagnosticadas corretamente, com identificação de sua da causa, para a prescrição do tratamento indicado.”

Segundo a médica, há riscos da doença afetar os rins, com formação de abscesso ou disseminação sistêmica, em alguns casos, chegando a provocar quadros graves de infecção generalizada. “Cronicamente, de forma silenciosa, podem determinar a formação de cicatrizes nos rins, com progressiva redução da capacidade renal de filtração do sangue”.

Alguns fatores devem ser avaliados, em particular naquelas pessoas que já apresentaram episódios repetidos de ITU, relacionados aos hábitos higiene, ingesta de líquidos, número e distribuição de micções ao longo do dia, função intestinal e exame ginecológico regular, a fim de receberem orientações para evitar recorrência dessas infecções.

Fonte: REVISTA CIRCUITO/COTIA

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